sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Isis

Isis é uma banda americana, classificada pelo www.metal-archives.com como "Atmospheric Sludge".

Eu não sei o que é Atmospheric Suludge, mas eu sei que esta banda é muito legal, e original. Este video bizarro é de "20 Minutes/40 Years", música do mais recente disco, Wavering Radiant.



Lynyrd Skynyrd - Still Unbroken

Música do novo disco do Lynyrd, God & Guns. Confesso que eu cohnheço bem apenas o que a banda gravou nos anos 70. Não sabia que o vinham fazendo um som tão legal.




sexta-feira, 6 de novembro de 2009

A nova heresia do Helloween


E o Helloween resolveu estragar definitivamente alguns de seus maiores clássicos. Já não bastava executá-los show após show desde 94 com Andi Deris no vocal, agora os alemães decidiram eternizar essa heresia em estúdio, com o lançamento da coletânea Unarmed - 25th Anniversary Album, prevista para dezembro.


Unarmed trata-se exatamente de uma coletânea com regravações das músicas que mais fizeram sucesso na carreira do Helloween. Estranho que eles tenham decidido estragá-las como forma de comemoração. Entretanto, péssimas decisões tem sido uma constante na carreira dos caras.


Algumas faixas de fato poderiam ter uma gravação melhor. Where The Rain Grows, Perfect Gentleman e Forever & One, já com Deris no vocal, sofrem de péssima interpretação do vocalista, que com o passar dos tempos deve ter adquirido vergonha por ter gravados essas músicas da forma como o fez. Já If I Could Fly e a recente Fallen To Pieces não precisavam de novas roupagens; uma nova mixagem para se adequar ao restante das faixas daria conta do problema.


O problema é que das onze faixas selecionadas para o álbum, cinco são músicas cujos originais tem o lendário Michael Kiske como vocalista, sendo praticamente impossível que qualquer outro cantor em atividade hoje no heavy metal conseguisse algo tão impressionante quanto o original. E muitos já tentaram, desde Kai Hansen (Gamma Ray), autor de algumas dessas músicas, até alguns relativamente consagrados, como Andre Matos, Andy B. Franck (Brainstorm, Symphorce), Fabio Lione (Rhapsody Of Fire, Vision Divine), Tony Kakko (Sonata Arctica) e Joacim Cans (HammerFall), entre muitos outros, alguns talentosos, outros completamente desprovidos das qualidades necessárias para cantar algo originalmente gravado por Kiske.


E a verdade é que Andi Deris não se aproxima em termos de qualidade vocal nem mesmo a alguns dos citados acima, quanto mais de Michael Kiske. Além disso, é questionável se os outros atuais integrantes da banda conseguiriam performances tão carismáticas quanto os músicos que as gravaram, uma vez que, por exemplo, Roland Grapow e Uli Kusch (ex-guitarrista e baterista, respectivamente) deixaram registros bastante marcantes em sua curta história na banda. Kai Hansen, praticamente fundador do estilo do Helloween, é outro que dificilmente será equiparado. E o baterista Ingo Schwichtenberg, embora razoavelmente limitado, nunca será igualado pelas circunstâncias que envolveram sua saída da banda e, pouco tempo depois, sua morte (o baterista sofria de esquizofrenia e se atirou em um metrô).


Por tudo isso, o Helloween é uma das poucas bandas que não deveria se meter a regravar clássicos de sua carreira. Sobretudo quando essas regravações revelam mais uma heresia: o medley batizado de The Keeper’s Trilogy, com as clássicas Halloween, Keeper Of The Seven Keys e a lamentável King For A 1000 Years, do fiasco Keeper Of The Seven Keys – The Legacy.


Eu realmente torço, no entanto, para que minhas críticas se mostrem infundadas e que o álbum seja bom, como foi o último de estúdio Gambling With The Devil. Mas a expectativa é muito negativa. Por outro lado, enfim vão poder dizer que Deris canta Dr. Stein igual à versão de estúdio.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Cala a boca, Mustaine!


Dave Mustaine fez Endgame, o novo álbum do Megadeth. O álbum marca a estréia de Chris Broderick, um anônimo para o grande público, mas velho conhecido para quem acompanhava a cena heavy metal norte-americanas, pois além de auxiliar o Nevermore nos shows como segundo guitarrista, fazia parte do grande Jag Panzer desde 98.

Endgame é um bom álbum. Broderick é um guitarrista fantástico e essa qualidade foi explorada absurdamente pelas novas músicas de Mustaine. Algumas faixas parecem ter sido feitas para evocar o Rust In Peace, mas a performance da banda como um todo deixa bem claro que estamos em 2009. Andy Sneap também colabora muito pra isso, e em cada música é possível distinguir sua assinatura na produção.

Mas se Mustaine fez um álbum tão bom, por que é que ele não está em todos os lugares, em todos os veículos especializados em heavy metal, e fazendo tanto barulho quanto ele dizia que iria acontecer?

Minha teoria é simples. Mustaine não para de falar sobre o Metallica. Claro, ele deve falar sobre o novo álbum também, mas cada entrevistador que o pega pela frente só quer saber de uma coisa: dos onze meses em que foi guitarrista do Metallica. E Mustaine não sabe ficar quieto com relação a isso.

Nos últimos meses Mustaine já falou sobre seus ex-colegas e suas atitudes como amigos/inimigos/músicos, Death Magnetic, a presença dos ex-companheiros no Rock And Roll Hall Of Fame, e diversos outros assuntos que envolvem o Metallica de uma forma ou de outra. Ótima publicidade... para o Metallica.

Se ele tem um trabalho tão bom em mãos (e de fato tem) não seria mais lógico divulgá-lo exclusivamente? Tenho certeza de que ele tenta, na verdade, mas cada vez que ele abre a boca pra falar sobre o Metallica Endgame vira assunto secundário. Na verdade, eu até já li uma entrevista em que Mustaine fala o quão bom seu álbum novo é. Mas seu comentário foi justamente de que Endgame é melhor que Death Magnetic.

Mustaine não precisa disso. Endgame é melhor que Death Magnetic, como é melhor que inúmeros álbuns lançados nos últimos anos. Mas se é o caminho dessa “auto-promoção” esquisita que o cara escolheu, então é bom ir se preparando para uma futura decepção, pois ninguém vai lembrar de Endgame, só de suas desavenças com o Metallica.

E agora, para finalizar e justificar todo o meu comentário, vou ouvir o último álbum deles. Do Metallica, claro.

domingo, 4 de outubro de 2009

Björk: Choose your Side zine is dead


Fui convidado a fazer parte desse blog pelos meus bons amigos André e Daniel e vi que entre os seus membros está Guilherme Chirinéa, que também fez parte da turma de colaboradores do falecido Choose Your Side Zine, cujo criador, Fábio Gonçalves Ferreira, está agora cursando Jornalismo na UFAC e Artes Visuais na UnB, dedicando-se mais a um blog nesta última área. Pode ser que o site do CYS zine volte à ativa algum dia, afinal comebacks viraram a regra no mundo do rock n'roll. Enquanto isso não acontece, vou iniciar minhas atividades aqui com um texto inédito, feito para o site do Choose Your Side há cinco anos e que não foi publicado por complicações tecnológicas. Já está desatualizado em certo sentido: o Faith no More voltou com Mike Patton nos vocais, para confirmar a regra. No entanto, mantenho minha opinião sobre o CD analisado. Mantive a formatação de texto que o Fabinho me pediu na época, com os nomes das músicas. Só deixei de atribuir uma nota para o CD porque odeio isso. Parece-me bobagem críticos de música (ou meros resenhistas) bancar os professores em relação a artistas. Por fim: o que a Björk tem a ver com o perfil do CYS zine ou deste blog? Nada. Por isso mesmo aí está o texto.


Artista: Björk

Álbum: Medúlla

Ano: 2004

Gravadora: Wellhart Ltd/ One Little Indian/ Polydor/Universal

Origem: Edição nacional do Cd

01 – Pleasure is all Mine

02 – Show me Forgiveness

03 – Where is the Line

04 – Vökuró

05 – Öll Birtan

06 – Who is it (carry my joy in the left, carry my pain on the right)

07 – Submarine

08 – Desired Constellation

09 – Oceania

10 – Sonnetes Unrealities XI

11 – Ancestors

12 – Mouth’s Cradle

13 – Midvidukags

14 – Triumph of a Heart

Confesso que não gostei na primeira audição. Não é fácil. Um amigo me explicou que havia um conceito em Medúlla: a negação da banalidade que tomou conta da música eletrônica. Que idéia idiota. A dance music já era fútil quando Björk se meteu com o gênero, no início dos anos 90, ao abandonar o Sugarcubes – new wave extemporânea, uma espécie de B52’s gélido, vindo direto da Islândia. Apesar das músicas de Björk serem interessantes, diferentes, sempre achei Sugarcubes muito melhor.

O que me atraiu foi a presença de Mike Patton (do Fântomas, Tomahawk e Mr. Bungle; mas, no Brasil, mais do que em qualquer outro lugar, eterno ex-Faith no More mesmo). Ouvi seus álbuns solos nos anos 90, com experimentos vocais, pouca ou nenhuma instrumentação, e Medúlla vai além, na mesma linha. Talvez seja mesmo um marco, como provavelmente pretende sua autora, ou talvez será lembrado apenas com estranheza, décadas adiante. Veremos.

Pleasure is all mine abre o disco com a participação de Patton, que auxilia as vozes femininas a providenciar uma atmosfera etérea para Björk soltar a voz. Ouvir esta música tarde da noite, com as luzes desligadas, não tem o mesmo efeito de ouvi-la durante o dia.

O ponto crucial de Medúlla é este. Ou incorpora-se o espírito da coisa, ou nada feito. Quem não atravessar a arrebentação e mergulhar nas músicas vai estranhar muito. Show me forgiveness trata de culpa à capella, seguida da caótica Where is the line, mais próxima das demências de Patton, ainda que não tão aleatória. Outras participações especiais – entre tantas outras - são do Matmos (duo de San Francisco que fez um álbum com sons de cirurgias) e de Robert Wyatt, lenda viva do rock progressivo, ex-membro do Soft Machine e do Gong. Portanto, tome experimentalismo. Submarine é inapelavelmente chata, só deve agradar os fãs de Wyatt, que, no entanto, providencia samples vocais memoráveis para Oceania. Alguns efeitos fazem pensar em cantos de sereias. A letra atiça a imaginação, com Björk bancando uma “mãe Oceano”.

Vökuró e Midvukags, cantadas em islandês, têm em comum o tom solene e triste. Ancestors soa como um lamento, mas não há letra no encarte, se é que isso ajudaria em algo. Triumph of a heart e Who is it... (curiosamente, a que tem participação do Matmos) são as, aham, “pop”. Os malabarismos vocais como imitação de instrumentos reais afastam qualquer traço de normalidade. Os climas se alternam. Desired Constellation é de uma beleza sutil, os efeitos eletrônicos resumem-se a mero white noise. Enfim, um álbum cheio de mistérios, “cabeça”; até um trecho da poesia de E.E. Cummings é musicado. Qualquer um que pertença à porção sã da humanidade, entretanto, pode compreender: “Preciso de um abrigo para construir um altar longe de todos os Osamas e Bushes”, canta a deusa esquimó em Mouth’s Cradle.

Daniel Souza Luz

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Skyclad, In The... All Together


Antes de comentar sobre In The... All Together é preciso que todos entendam o meu ponto de vista sobre o Skyclad. E meu ponto de vista difere daquele que tem aparecido em alguns fóruns e resenhas em veículos de comunicação especializados em heavy metal, que diz que sem Martin Walkyier não existe Skyclad.

Desde que o trio Walkyier, Steve Ramsey (guitarra) e Graeme English (baixo) se juntou para dar vida ao Skyclad, duas coisas se tornaram características daquela que viria a se tornar a maior dentre as praticantes do então chamado folk metal, rótulo que desde os primórdios nunca fez jus à música dos ingleses. A primeira dessas duas características é o próprio Martin Walkyier, com sua voz ímpar e uma criatividade acima da média em letras que abusavam da acidez, com metáforas e vocabulário sem iguais no meio.

A segunda característica e, para mim, a principal delas, é a música, fruto principalmente de Steve Ramsey, com boas participações de English, outros músicos que transitaram pela banda no decorrer dos anos e, em menor quantidade, Walkyier. Aquele rock & roll metalizado, com alguma influência de punk, e o toque marcante do violino, acentuando a faceta folk, desde o primeiro álbum praticamente demarcou os limites de um estilo que hoje é copiado e influencia músicos mesmo fora do continente europeu.

Com a saída de Walkyier, em 2001, o Skyclad se viu sem uma de suas duas principais características, pois o vocalista levou consigo suas letras e seu estilo único de cantar. Uma mudança que os fãs sentiram, sobretudo em 2004, com o lançamento de A Semblance Of Normality, primeiro trabalho sem Walkyier, e com o guitarrista Kevin Ridley assumindo as letras e os vocais. O álbum realmente ficou (um pouco) abaixo da qualidade que a banda vinha mantendo até então, e era sensível o abalo causado pela maior de suas mudanças de formação até então. Mas não totalmente, pois as boas músicas estavam lá, apenas o vocal é que não parecia adequado.

No entanto, a banda continuou adiante e In The.. All Together, lançado oficialmente em maio desde ano, já pode ser colocado lado a lado com os grandes álbuns da banda. E digo isso com a certeza de que Ridley, já adaptado à função de cantor, se mostrou a escolha certa para o posto, pois consegue chegar próximo ao estilo de Walkyier, mas sem abandonar suas próprias características, tornando-se mais do que um substituto, mas um novo vocalista de fato.

Fora isso, Ridley e Ramsey cuidaram para que o álbum tivesse composições de alto nível, algumas podendo ser alçadas à condição de clássicas em pouco tempo, com letras que não são tão particulares quanto as de Walkyier, mas que mantém com dignidade a tradição lírica do Skyclad, vide The Well-travelled Man. Além disso, a performance da banda como um todo está espetacular, o que mostra também o mérito do produtor italiano Dario Mollo.

O álbum não tem destaques negativos, desde a abertura com Words Upon The Street (que virou videoclipe), até o encerramento com a faixa título do álbum, o Skyclad mostra todas as suas qualidades, incluindo até mesmo algumas pequenas inovações interessantes. Babakoto, por exemplo, tem um início em que você fica esperando entrar a voz de Belle du Berry, vocalista do grupo francês Paris Combo.

A violinista Georgina Biddle também teu seu grande momento em Which Is Why. Talvez não só seu grande momento do álbum, mas uma de suas melhores performances desde que entrou para a banda, em 94. Já em Modern Minds e o grande destaque é o baterista Arron Walton, “novato” da banda.

In The... All Together é um grande álbum, um dos melhores da carreira do Skyclad e que merece mais do que audições desconfiadas e preconceito com o novo vocalista. Sobretudo porque ele indica que a banda continua no caminho correto e que ainda tem muito a oferecer aos seus fãs. O que, infelizmente, ainda não pode ser dito de Walkyier.

domingo, 20 de setembro de 2009

E o Streets rende até hoje

O Streets, talvez o melhor disco da carreira do Savatage, rende dividendos até hoje pro Jon Oliva. E não, eu não falo do dinheiro feito com as eventuais vendagens que o disco venha a ter até hoje, eu me refiro ao fato de muito do que ficou de fora do disco ter sido reaproveitado posteriormente em outras músicas.

Não é segredo pra ninguém que o Streets foi idealizado como um disco duplo e que a Atlantic não gostou da idéia, e por isso eles tiveram que cortar muita coisa. Primeiro, eles deixaram o disco com 17 músicas e com faixas de voz entre cada música. Depois, eles cortaram a 17ª música, "Larry Elbows", e todas as faixas de voz, com exceção da introdução de "Jesus Saves". Mas as músicas que ficaram de fora foram aparecendo depois: "Stay" saiu como bonus pra um relançamento em CD do Hall of the Mountain King, "Desiree" saiu como bonus pro próprio CD do Streets e a versão original de "Jesus Saves" (mais lenta) saiu como bonus pro Poets and Madmen. As outras ("Tonight I Would Be King", "Sanctuary" e "Beyond Broadway") ainda existem em fitas com pouca qualidade de gravação, mas já foram lançadas de maneira indireta. Segundo o próprio site do Savatage, muitos dos riffs dessas músicas apareceram no Edge of Thorns.

Sem as músicas originais para comparar, não dá pra saber qual riff foi aproveitado em qual música. Por sorte, quando eu comecei a procurar mp3 na internet eu achei uma cópia de "Larry Elbows". O arquivo nem era mp3, era em quick time audio, e de facto não tinha lá grande qualidade. Eu lembro que foi uma luta achar a música, mas hoje é a coisa mais fácil do mundo ouví-la, basta ir ao YouTube. Lembro a primeira vez que a ouvi e pensei, "putz, o refrão e a parte do solo são o final de 'Follow Me' do Edge of Thorns"! De fato, havia coisas que a gente ouvia e não sabia de onde tinham vindo.

Mas qual não foi minha surpresa quando ouvi o último disco (de 2008) do Jon Oliva's Pain, Global Warning. Lá temos uma música Before I Hang que logo que ouvi, reconheci. Se quiser, ouça você mesmo. Sim, é o verso de "Larry Elbows"! O Jon Oliva sabia que a música era boa, por isso não deve ter ficado satisfeito até tê-la feito aparecer por inteiro em algum projeto seu. Uma pena que tenha sido assim, pois "Before I Hang" é uma música muito inferior a "Larry Elbows" ou mesmo "Follow Me". Acho que todo fã do Savatage gostaria de ouvir a versão completa do Streets, com todas as faixas e as partes faladas. É mesmo uma pena que isso não seja possível.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Amorphis e Children Of Bodom, Via Funchal, 12/09/2009


Esta não é uma resenha de show comum. Não será completamente estranha também, no entanto. Só digo isso pelo fato de que comentarei apenas a apresentação da banda de abertura (ou a banda convidada especial, como alguns preferem), deixando o show principal para os veículos profissionais ou para os fãs mais inspirados.

E quais os motivos disso? Um dos motivos é que a banda principal, a finlandesa Children Of Bodom, já passou outras vezes pelo Brasil e, embora tenha feito um show correto com grande parte de seus clássicos, não foi exatamente uma grande apresentação. Não foi ruim, leiam bem. Só não foi uma noite particularmente inspirada de Laiho, Wirman & Cia.

O outro motivo é que a convidada especial era o Amorphis, também da Finlândia.

Não posso dizer que essa primeira passagem do Amorphis no Brasil tenha sido aguardada por incontáveis fãs. Na verdade, era visível que poucos presentes no Via Funchal realmente conheciam a banda e estavam lá exclusivamente por causa dela. Fora isso, o som do Via Funchal não colaborou, fazendo com que muitos detalhes das músicas se perdessem por falta ou excesso de volume. Mesmo assim, quem foi lá exclusivamente pelo Amorphis saiu quase 100% satisfeito.

A performance da banda é algo perfeito. Todos estavam visivelmente felizes por tocar no Brasil, o que se refletiu em uma apresentação bastante simpática, liderada por Tomi Joutsen, o vocalista que alguns criticavam, mas que, após esse dia, todos passam a aceitar. Ótimo cantor, melhor ainda como urrador, Joutsen foi perfeito tanto nas músicas mais antigas quanto nas mais recentes e já gravadas originalmente por ele.

O set list foi outro grande destaque da apresentação. Ao invés de se basear nas composições mais novas, priorizando o novo vocalista, a banda realmente pensou em seus fãs e trouxe algumas composições dos primeiros álbuns da carreira, fazendo um misto das fases antiga e atual. É bem perceptível que ao vivo as músicas mais novas soam melhor, pois são razoavelmente mais simples, enquanto muitos dos detalhes das mais antigas acabam se perdendo ao vivo. Mesmo assim, a banda superou essa diferença com performance e vontade.

O show começou com Leaves Scar, do Eclipse (06), seguida de Towards And Against, do Silent Waters (07) e Sampo, do novo álbum Skyforger. Alone, do Am Universum (01) foi a representante da fase intermediária da banda, seguida da grande surpresa On Rich And Poor, do Elegy (96). The Smoke, grande hit do Eclipse finalizou a primeira metade do show, e até aí os fãs já estavam bastante satisfeitos, e esperançosos, pois a banda estava mandando um set list bastante interessante.

The Castaway foi realmente um grande presente para os fãs. Eu mesmo não esperava algo do Tales From The Thousand Lakes (94), segundo álbum da banda. E, mesmo que esperasse, não apostaria nela. Silver Bride, também do novo álbum antecedeu um dos pontos altos do show, a dupla My Kantele e Against Widows, ambas do Elegy. E a parte final da apresentação ficou para House Of Sleep, do Eclipse, e a perfeita Black Winter Day, grande clássico dos primórdios, presente no Tales From The Thousand Lakes.

É preciso dizer que o set list não foi exatamente balanceado, pois não apresentou músicas de três dos nove álbuns da banda. No entanto, o equilíbrio entre a fase inicial, intermediária e atual foi preciso, com músicas ícones de suas respectivas fases e que já não eram mais apresentadas ao vivo. Black Winter Day, My Kantele, Alone soaram perfeitas ao lado de The Smoke ou Silver Bride, faixas mais recentes e com um acento mais "leve", o que comprova a força de uma banda dona de composições carismáticas e atemporais.

O saldo foi muito positivo e, mesmo com problemas técnicos com o som, que quase sumiu com o belo solo de teclado de Black Winter Day, os fãs acreditam piamente num retorno do Amorphis ao Brasil numa próxima turnê. Dessa vez, no entanto, com um show completo, com músicas de todos os álbuns e, mais importante, sem ser convidada especial de ninguém. Ainda mais do Children of Bodom.


sábado, 12 de setembro de 2009

Crise! Que crise?

A tecnologia na música avançou muito nos últimos dez, quinze anos. Tanto a forma de se fazê-la quanto a de se ouvi-la mudaram drasticamente, e o principal reflexo disso é a crise da indústria musical.

É importante enfatizar bem isso: a crise é da indústria, das empresas que sempre lucraram de forma abusiva comercializando meia dúzia de artistas. Agora, a crise não é nem nunca foi da música. Na verdade, nunca se fez nem se ouviu tanta música quanto hoje.

O mercado da música hoje em dia é outro, radicalmente diferente do que costumava ser. O mainstream sempre foi o reino de alguns artistas escolhidos a dedo (nem sempre por razões musicais) por gravadoras multinacionais, preparados para serem degustados pelo mercado e descartados em seguida. Havia grandes investimentos buscando grandes lucros, com estúdios e equipamentos caros e técnicos especializados, as únicas formas de conseguir bons resultados nas gravações. Além disso, grandes investimentos em divulgação e em muitos países, como o Brasil, gastos maiores ainda com “divulgação” – ou seja, jabá. Mas tudo isso buscando um sucesso momentâneo, um hit que viesse e fosse logo esquecido para dar lugar ao próximo.

A forma como as mudanças atingiram este esquema foi devastadora pela própria natureza da relação entre a música comercial e seu consumidor: é música descartável, e será apreciada da forma mais descartável possível – ou seja, se as pessoas puderem evitar comprar CDs neste contexto, evitarão.

Diminuir o lucro baixando preços, ou incluindo diferenciais aos CDs para torná-los mais atraentes, nem pensar. As soluções encontradas pelos dinossauros das multinacionais para resolver a crise são perseguir quem compartilha arquivos como se fosse um assaltante, encomendar a políticos com o rabo preso leis que tentem coibir a livre circulação de zeros e uns – que são a única coisa que existe na internet e em qualquer mídia digital – e continuar lançando lixo descartável. Esta estratégia obviamente está fracassando, mas nem assim as empresas parecem dar sinais de largar o osso, e aceitar que não há solução para o seu problema. Não há caminho de volta no tempo.

Interessante é comparar isto com as possibilidades que estas mesmas mudanças, esta crise, apresentam para o Metal, assim como para outras formas mais underground de música. O estilo tem seus representantes dentro do esquema das grandes gravadoras, como por exemplo o Iron Maiden, rentável artista da EMI desde o primeiro LP, há quase trinta anos, e o Metallica, que tomou a frente da briga ridícula da indústria com o Napster há alguns anos, e se queimou com os fãs. Mas no geral, sobrevive de forma independente, andando pelas próprias pernas.Claro que esta independência sempre significou falta de dinheiro, o que limitava gravemente a qualidade dos registros e a divulgação e distribuição do que se conseguia gravar.

Hoje, gravar com qualidade é barato. A internet é o melhor canal de divulgação que se poderia imaginar. O cenário é propício para a criatividade e o surgimento de novas bandas. O problema, naturalmente, é que quanto mais gente aparecer, mais gente ruim vai aparecer. Mas isso não é nada comparado às possibilidades que se tem. Alia-se a isto o fato de que o ouvinte do Heavy Metal em geral gosta de comprar CDs, e continua comprando. É um colecionador que não encara a música que ouve como um produto descartável, mas como algo duradouro que merece ser conservado.

Sendo poucos os fãs, as vendas não serão astronômicas, mas nunca deixarão de existir.

Nestes moldes, não haverá alguns poucos ganhando muito dinheiro, mas muitos ganhando pouco. Talvez pouco até demais, mas para os artistas no Metal, nada muda: tanto antes como agora, dificilmente conseguiriam viver exclusivamente da música (isto se aplica a músicos brasileiros e estrangeiros). Agora, ao menos conseguem ser ouvidos.

Mas isto depende, é claro, da disponibilidade do público para o novo: é fato que muitos fãs preferem continuar ouvindo sempre as mesmas bandas, sem dar oportunidade a artistas diferentes. Infelizmente, isto minimiza os efeitos revolucionários que as novas tecnologias poderiam ter na cena como um todo, e faz com que o underground às vezes acabe parecendo nada mais que um mainstream miniatura, onde meia dúzia vende razoavelmente bem e isto é o bastante para que tudo gire em torno do dinheiro (vide o post do André, sobre o Business Metal).

Os dias gordos para as grandes gravadoras e seus artistas-produto acabaram e não vão mais voltar, não adianta espernear. Agora é uma época onde é possível fazer música principalmente por satisfação artística, com qualidade. Mas aproveitar este potencial de forma plena é algo que está nas mãos do público. É só uma questão de manter os ouvidos abertos.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Business Metal

Nota-se que, a cada dia, o heavy metal vira negócio, indo numa direção contrária àquela que era observada nos anos 80, o “auge” do estilo, quando as bandas pregavam a “undergroundelidade” em detrimento ao profissionalismo. Todos sonhavam em viver de sua própria música, claro, mas aquele que conseguia, tornava-se, quase que imediatamente, traidor do movimento.

E o que me faz afirmar que o profissionalismo se instala no heavy metal? É a qualidade das produções? É o esmero com as composições? É o fato de que mais e mais bandas atingem o público através de grandes festivais e turnês mundiais? Nada disso. O que me faz pensar que o heavy metal tornou-se negócio rentável é a simples briga pelo dinheiro que a música gera. E em alguns casos parece gerar bastante.

Antes, quando uma banda se separava de algum dos membros, sempre era aquela história de “continuamos amigos, mas ele prefere curtir sua família ao invés de viajar”, ou o clássico “diferenças criativas e musicais”. Hoje em dia a coisa é mais grave, e os ex-brothers of metal preferem brigar por direitos que vão desde a um punhado de músicas, até o próprio nome da banda.

E a coisa tem sido bastante comum ultimamente. Uwe Lulis, por exemplo, se declarou responsável pela parte épica que acometeu o Grave Digger nos hoje clássicos Tunes Of War, Knights Of The Cross e Excalibur, álbuns que levantaram a moral da banda quando a coisa andava feia. Não foi o suficiente para mantê-lo no line up, por isso ele resolveu que deveria levar consigo o nome Grave Digger quando foi chutado. A justiça não concordou, e ele acabou criando o Rebellion, que nada mais é que uma continuação natural daqueles três álbuns do “coveiro”.

Outro caso de renome aconteceu com os ingleses do Saxon. Em 97, o guitarrista Graham Oliver e o baixista Steve Dawson, ambos fora da banda desde 95 e 86, respectivamente, registraram para si mesmos o nome Saxon. E, chegaram a se apresentar pela Inglaterra como Saxon. Peter "Biff" Byford, vocalista e um dos principais nomes do metal inglês, foi atrás de seus direitos e, em 2003, a justiça lhe concedeu o parecer favorável. A dupla então não teve alternativa, e acabou lançando um bom álbum sob o nome Son Of A Bitch, que foi ouvido por apenas um punhado de gente.

Aconteceu também o bizarro caso de demissão de Infernus, fundador da infame Gorgoroth, banda norueguesa de black metal, pelo vocalista Ghaal e o baixista King ov Hell. Ghaal e King registraram o nome e logotipo da banda e saíram em turnê sem o membro fundador. Meses depois, após milhares de formações, discussões e acusações através da imprensa especializada, e até um caso de homossexualismo, a justiça definiu o óbvio: Infernus não poderia ser demitido da banda que criou, a não ser que ele próprio desejasse sair, o que não foi o caso. Ghaal e King formaram então o God Seed, mas logo depois o vocalista decidiu abandonar o heavy metal.

Atualmente o caso que ganha destaque sob os holofotes é a demissão de dois membros do Dimmu Borgir, o baixista e vocalista ICS Vortex e o tecladista Mustis. E a separação não foi nada amistosa, já que a dupla logo saiu acusando os ex-colegas de terem se aproveitado da criatividade do tecladista, que conta com um advogado para conquistar seus devidos direitos. Por sua vez, os membros restantes emitiram um comunicado vergonhoso, criticando a atitude dos ex-membros através de picuinhas e ofensas subentendidas. Enfim, algo lamentável das duas partes.

Mais vergonhoso que tudo é ver que uma banda de black metal, cujos membros se apresentam com maquiagem e fantasias (já que não vivem daquela forma...) e respondem por “nomes artísticos” de gosto duvidoso, letras sobre o diabo e temas relacionados, deixa ir à internet uma série de desentendimentos cujo real motivo é punhado (ou seria um monte?) de dinheiro. Onde está a undergroundelidade disso?

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

O que há com Kai Hansen?

O que acontece com Kai Hansen? Tendo no currículo a responsabilidade de ser o grande criador do que hoje é chamado de heavy metal melódico, à época no Helloween, esse cara que tantos idolatram tem mantido uma certa regularidade em “picaretear” bandas que são suas principais influências e que ajudaram a montar não só a sonoridade do Helloween, mas também do Gamma Ray, sua banda atual, e a de todas aquelas inúmeras bandas que surgiram simplesmente porque seus músicos um dia ouviram I Want Out e quiseram soar daquela maneira.

Vou exemplificar o que quero dizer com "picaretear". Vá lá e ouça Leaving Hell, do último álbum do Gamma Ray, Land Of The Free II. Ouviu? Ok, agora ouça Road To Hell, do Accident Of Birth de Bruce Dickinson. Sacou? Não? Então ouça Solid, do album No World Order e a compare com Rapid Fire, clássico do Judas Priest. Ficou mais claro agora?

Kai Hansen nunca se furtou de demonstrar suas influências, e isso ficou muito claro no álbum Powerplant, quando podíamos notar fortes traços de Iron Maiden, Queen e Judas Priest. Mas quando o Gamma Ray lançou o No World Order! A coisa começou a tomar um contorno meio feio.

No World Order, de 2001, trazia Solid, já citada, e The Heart Of The Unicorn, música pauleira que agradou aos fãs, mas que no fundo, no fundo, é Metal Meltdown, do insuperável Painkiller. Esse álbum estabeleceu certa dúvida sobre a criatividade do gênio, e alguns fãs ficaram com um pé atrás e aguardaram ansiosos por uma resposta à altura que mostrasse que Kai Hansen não estava plagiando ninguém. E em entrevistas era exatamente o que ele dizia, nada de plágios, apenas homenagens.

No álbum seguinte, Majestic (2005), essa resposta não veio e mais bandas foram “homenageadas”. E logo de cara, com a música que abre o álbum, My Temple. Lá pelos três minutos está a homenagem, um mini Sabbath Bloody Sabbath que deveria fazer com que o alemão de voz de pato ficasse realmente com vergonha. Mas ele foi em frente e na sequência veio o Land Of The Free II, de 2007, que além da já citada Leaving Hell, também tem Insurrection, que presta “homenagem” ao Rush. Fora isso ainda traz Opportunity, do baixista Dirk Schlächter, que transpira descaradamente à The Clairvoyant, do Iron Maiden.

Acredito que Kai Hansen ainda saiba fazer boa música, livre de “homenagens”. Ainda mais acompanhado de Henjo Richter e Dan Zimmermann, ótimos músicos que, aos poucos, encaixam algumas composições de bom gosto. 

No entanto, a dupla não parece ter força o suficiente para interromper a série de “homenagens” de seu líder, que já tem um novo capítulo rodando na internet. To The Metal, que vem sendo executada nos últimos shows do Gamma Ray, é mais um caso em que é impossível não pensar em plágio. E, novamente, “homenageando” o Judas Priest, os deuses do metal.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Disco Clássico: Queen - Jazz (1978)


Quando o Freddie Mercury morreu, eu me lembro que teve uma reportagem sobre ele na globo, no jornal hoje. a reportagem encerrava meio que usando a 'Love Of My Life' como a música que o definiria, como a música que seria a sua cara. Como quase tudo que a globo faz, isso foi uma grandíssima asneira. Se existe uma música que possa definir Freddie Mercury, essa música só pode ser 'Don´t Stop Me Now'. que além de ser uma puta música, tem tudo a ver com alguém que parece estar vivendo um eterno episódio maníaco.


Essa é a penúltima música do álbum Jazz, sétimo do Queen, de 1978. A história do rock mostra que não é tão comum uma banda que mantém a criatividade até o sétimo disco, mas eu posso afirmar que, num caso raro, o Queen manteve, porque talvez este seja o melhor disco que eles lançaram.  
É o disco que tem 'Fat Bottomed Girls' e 'Bicycle Race', duas das canções mais conhecidas da banda. Mas tem muitos outros atrativos nesse disco, músicas até melhores que estas. até o Roger Taylor, o compositor mais fraco dos quatro, se dá bem numa música, 'More Of That Jazz', que é tão boa que faz a gente até suportar a voz horrorosa dele (o que é impossível na 'Fun It', uma baboseira disco de quinta categoria, que não merece o disco em que está). John Deacon aparece com duas composições maravilhosas, a divertida 'If You Can´t Beat Them' e 'In Only Seven Days', curta, bonitinha e falando de amor na praia. linda, não? é como se fosse uma versão boa da 'Hoje a Noite Não Tem Luar', música do Menudo que a Legião Urbana regravou (aquela 'ela passou do meu ladú...').

Brian May trouxe a já citada 'Fat Bottomed Girls', onde prenuncia o Funk carioca, tecendo loas às popozudas, 'Leaving Home Ain´t Easy' (cantada por ele), que lembra Beatles, até pelo tema semelhante ao de 'She´s Leaving Home', 'Dreamer´s Ball', com um jeito de balada das antigas, de big band, , e o rockão 'Dead On Time', que é uma injustiça não ser reconhecida entre os grandes clássicos da banda. Puta riff, Freddie detonando e backing vocals no melhor estilo da banda.

E as composições de Freddie Mercury? As músicas do cara são um show à parte. Tem a 'Don´t Stop Me Now', é claro. Sem maiores comentários, that´s why we call him Mr. Farenheit. 'Mustapha', que abre o disco, é uma brincadeira criativa pra cacete, misturando rock pesadão com música do oriente médio, e, é claro, tem a letra cantada em embromárabe. 'Bicycle Race', é a música mais bizarra e com tema mais nada a ver que já fez sucesso sem ser ruim. Impressionante como alguém pode compor uma música como essa. 'Let Me Entertain You', rock do bom, e,por último, a minha favorita do disco, que não é das pesadas, mas uma baladinha que nem tem guitarra, 'Jealousy'. a interpretação do cara nessa música é demais, coisa de louco. É a letra, em que uma pessoa dialoga com seus próprios sentimentos (com o ciúme, mais especificamente) é das melhores.

Um cara da revista Roadie Crew entrevistando a Lana Lane, por ocasião do lançamento do disco de covers dela, sugeriu que ela futuramente gravasse 'Jealousy' (nesse disco ela gravou 'Don´t Try So Hard', do Innuendo). Eu já acho que não ia ficar bom, fora que seria um sacrilégio. Mas o mais estranho seria ela cantando 'I wasn´t man enough / to let you hurt my pride / now i´m only left with my own lealousy'. Eu, hein.

(Texto velho, escrito em agosto de 2005)

A guitarra mais feia de todos os tempos

Zakk Wylde parece ter se unido à Epiphone com o único e exclusivo objetivo de criar a guitarra mais feia do mundo. Ele tentou com esta:

Mas, ao que parece, essa mistura de Flying V com SG com filhote-de-cruz-credo não era horrorosa o suficiente.

Então, eis que surge... The Graveyard Disciple:

O único comentário possível sobre esta coisa é: que bom que está sendo anunciado como uma edição limitada. Neste caso, quanto mais limitada melhor.