terça-feira, 29 de junho de 2010

Time What Is Time


Com o álbum Imaginations From The Other Side o Blind Guardian virou banda grande. Os discos anteriores são ótimos, mas depois do Imaginations é que as pessoas passaram a esperar sempre mais e mais do quarteto alemão. E a banda superou a expectativa com o álbum seguinte, Nightfall In Middle-Earth, provavelmente seu trabalho de maior sucesso entre os fãs.

Só que a partir daí a banda resolveu “incrementar” seu som, mantendo a veia épica, mas adicionando partes mais progressivas, mais coros e orquestrações, e algumas modernidades que a fizeram se afastar um pouco daquele som porrada, mas melódico, do Imaginations e do Nightfall.

Vendo que o Blind Guardian abriu uma brecha, várias bandas aproveitaram a deixa e surgiram como “sucessoras”, cada uma apostando em alguma característica marcante que a faria despontar entre as outras.

A verdade é que nenhuma delas realmente conquistou aquela parcela de fãs que o Blind Guardian decepcionou, e todas elas permaneceram num mesmo patamar até hoje, e ainda guardam aquele estigma de ainda quererem ser um próximo Blind Guardian.

Algumas dessas bandas, no entanto, têm suas qualidades e, se isentas do peso de “suceder” o Blind Guardian, podem agradar bastante. Dentre todas as aspirantes, podemos citar a dinamarquesa Manticora, com seu som complexo e os álbuns conceituais, o Savage Circus, banda que o ex-baterista do Blind montou para retomar o som do Imaginations, a suíça Excelsis, que incorpora a música regional ao seu metal “blindguardianizado”, e o Persuader, que tem no seu vocalista um dos maiores trunfos, pois a voz e estilo de Jens Carlsson (também vocalista do Savage Circus, aliás) são muito semelhantes ao de Hansi Kürsch.

Duas delas, no entanto, merecem mais destaque por fazer um trabalho acima da média, embora ainda inferior ao de sua banda “inspiradora”: a norte-americana Dark Empire e a alemã Orden Ogan.

O Dark Empire lançou até agora um mini-CD com seis faixas e o álbum Dethroned Humanity, que surpreende pelo peso e pela qualidade das composições. Lançado em 2008, o álbum tem seus maiores destaques no ótimo baterista Sam Paulicelli e o guitarrista (e dono da banda) Matt Moliti, responsável por todas as músicas. Além disso, Humanity Dethroned também conta com os vocais de Jens Carlsson, o que contribui para a semelhança com o Blind Guardian. Não é a melhor banda do mundo, mas é uma boa aposta pro futuro.

Já o Orden Ogan começa a ganhar notoriedade com o novo álbum, Easton Hope. Trata-se de um heavy metal bastante inspirado pelo Blind Guardian, com muitos coros, peso e linhas de bateria que se assemelham bastante (sobretudo na música Nothing Remains) às que Thomen Stauch fazia antes de deixar o Blind Guardian. Até a capa de Easton Hope remete ao antigo Blind, pois foi feita por Andreas Marshall. Novamente, não é a banda que vai salvar o mundo da mesmice, mas que agrada fácil.

No final de Julho o Blind Guardian lança um novo álbum, At The Edge Of Time. A expectativa dos fãs é sempre a mesma: um novo Imaginations ou um novo Nightfall. A tendência, no entanto, não é essa, e é bem provável que o que venha aí seja uma evolução do álbum anterior, o bom A Twist In The Myth. Ou seja, um heavy metal agudo, técnico, com algo de prog, muitos coros e orquestrações. Mas sem o peso e a parte power metal de outrora, o que faz dos clones uma boa opção para quem quer algo “novo”.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

A Copa do Mundo e o Blind Guardian

Parece brincadeira, mas desde o Nightfall In The Middle-Earth que o Blind Guardian só lança álbum em ano de Copa do Mundo. E para os fãs é um evento quase tão grandioso e esperado.

Mas a verdade é que a banda tem deixado um pouco a desejar se levarmos em consideração o imenso tempo que os caras levam para lançar seus álbuns. A Night At The Opera e A Twist In The Myth nem são ruins, mas são mais fracos que os grandes clássicos, que foram gerados em uma fase mais criativa e "ligeira", digamos.

E, em tempos de primeira Copa do Mundo num país africano, o Blind Guardian prepara o lançamento de seu novo álbum, chamado At The Edge Of Time, para o penúltimo dia de julho (poucos dias após o torneio de futebol conhecer seu campeão mundial, aliás). 

Algumas coisas sobre o álbum tem aparecido na internet nas últimas semanas. Trechos de músicas, diáris de gravações, breve lançamento de single e a divulgação da capa e tracklist final. E, pelo que se pode deduzir do que foi mostrado, parece que a banda não vai desistir e "voltar no tempo" para agradar seus fãs mais incomodados. Até a capa assusta um pouco, pois é "Rhapsodyana (of Fire)" demais.

Se agradar, ótimo. Senão, aparentemente o próximo só sairá em 2014, junto com a Copa do Brasil.