quarta-feira, 19 de maio de 2010

Long live Rock & Roll

Quando foi divulgado que Dio havia sido diagnosticado com câncer de estômago eu já previa que, infelizmente, ele não venceria a doença. Não porque o câncer é devastador, ou porque Dio era fraco, ou por qualquer motivo lógico. O que me dava certeza era o fato que Dio, mesmo aos 67 anos, ainda era um dos melhores vocalistas em atividade, não importando qual segmento da música; nada tão bom costuma durar por tanto tempo. O câncer era a mão gelada do destino tentando corrigir isso.

Tá, podem me acusar de exagero, já que 67 anos é bastante tempo num caso comum. Mas Dio não era um caso comum. No caso dele, enquanto estivesse vivo, uma legião de fãs o seguiria, querendo não só a banda Dio, mas também o Heaven & Hell (o melhor Black Sabbath dos últimos anos), e qualquer outra coisa em que ele estivesse envolvido. Não é por menos que sua participação no filme Metal: A Headbanger's Journey é uma das mais celebradas; não só por headbangers, diga-se.

Curiosamente existe uma parcela de fãs do Black Sabbath, meio surdos, que numa competição completamente irracional, comemoram sua morte como uma vitória de Ozzy Osbourne (aquele fantoche/morcego que gravou os primeiros álbuns da banda). Alguns até escreveram internet afora seus desprezos pelo Dio despejando seus alívios pelo "fim" da "disputa". A maioria, no entanto, se escondendo embaixo de nicknames ou justificando as opiniões pífias, ridículas e tendenciosas sob o título "jornalista".

A verdade é que, não importava a situação, país, período, Dio era adorado por fãs e colegas (que em muitos casos também eram fãs). Colocou seu nome na história do rock com álbuns essenciais, atitude exemplar e, principalmente, uma voz que jamais será igualada (embora Jorn Lande venha tentando com afinco). Dio será para sempre a voz do heavy metal.

Ronnie James Dio, 1942-2010