sexta-feira, 28 de agosto de 2009

O que há com Kai Hansen?

O que acontece com Kai Hansen? Tendo no currículo a responsabilidade de ser o grande criador do que hoje é chamado de heavy metal melódico, à época no Helloween, esse cara que tantos idolatram tem mantido uma certa regularidade em “picaretear” bandas que são suas principais influências e que ajudaram a montar não só a sonoridade do Helloween, mas também do Gamma Ray, sua banda atual, e a de todas aquelas inúmeras bandas que surgiram simplesmente porque seus músicos um dia ouviram I Want Out e quiseram soar daquela maneira.

Vou exemplificar o que quero dizer com "picaretear". Vá lá e ouça Leaving Hell, do último álbum do Gamma Ray, Land Of The Free II. Ouviu? Ok, agora ouça Road To Hell, do Accident Of Birth de Bruce Dickinson. Sacou? Não? Então ouça Solid, do album No World Order e a compare com Rapid Fire, clássico do Judas Priest. Ficou mais claro agora?

Kai Hansen nunca se furtou de demonstrar suas influências, e isso ficou muito claro no álbum Powerplant, quando podíamos notar fortes traços de Iron Maiden, Queen e Judas Priest. Mas quando o Gamma Ray lançou o No World Order! A coisa começou a tomar um contorno meio feio.

No World Order, de 2001, trazia Solid, já citada, e The Heart Of The Unicorn, música pauleira que agradou aos fãs, mas que no fundo, no fundo, é Metal Meltdown, do insuperável Painkiller. Esse álbum estabeleceu certa dúvida sobre a criatividade do gênio, e alguns fãs ficaram com um pé atrás e aguardaram ansiosos por uma resposta à altura que mostrasse que Kai Hansen não estava plagiando ninguém. E em entrevistas era exatamente o que ele dizia, nada de plágios, apenas homenagens.

No álbum seguinte, Majestic (2005), essa resposta não veio e mais bandas foram “homenageadas”. E logo de cara, com a música que abre o álbum, My Temple. Lá pelos três minutos está a homenagem, um mini Sabbath Bloody Sabbath que deveria fazer com que o alemão de voz de pato ficasse realmente com vergonha. Mas ele foi em frente e na sequência veio o Land Of The Free II, de 2007, que além da já citada Leaving Hell, também tem Insurrection, que presta “homenagem” ao Rush. Fora isso ainda traz Opportunity, do baixista Dirk Schlächter, que transpira descaradamente à The Clairvoyant, do Iron Maiden.

Acredito que Kai Hansen ainda saiba fazer boa música, livre de “homenagens”. Ainda mais acompanhado de Henjo Richter e Dan Zimmermann, ótimos músicos que, aos poucos, encaixam algumas composições de bom gosto. 

No entanto, a dupla não parece ter força o suficiente para interromper a série de “homenagens” de seu líder, que já tem um novo capítulo rodando na internet. To The Metal, que vem sendo executada nos últimos shows do Gamma Ray, é mais um caso em que é impossível não pensar em plágio. E, novamente, “homenageando” o Judas Priest, os deuses do metal.

Nenhum comentário: