terça-feira, 6 de julho de 2010

Vanden Plas, The Seraphic Clockwork


Solidez é a palavra que me ocorre ao tentar definir a carreira do Vanden Plas. Embora ainda sujeito a uma posição abaixo da intermediária no que diz respeito ao seu status entre os headbangers, a banda alemã é sinônimo de regularidade. Desde 94, com o lançamento de seu primeiro álbum, Colour Temple, o Vanden Plas apresenta a mesma formação e a mesma proposta musical, sempre, no entanto, com aprimoramentos e um desenvolvimento grande na parte técnica e lírica.

E quem acompanha a carreira dessa banda de prog metal suspeitava que seu novo álbum não pudesse superar Christ.0, de 2006, trabalho que apresenta não só uma execução perfeitamente coerente com o conceito lírico, mas também performances individuais impressionantes. The Seraphic Clockwork, então, é o álbum que veio para surpreender, pois conseguiu superar seu antecessor com uma vantagem bastante razoável em diversos aspectos.

Este novo trabalho conceitual do Vanden Plas já apresenta um grande enriquecimento no que diz respeito à interpretação do enredo. Nesses quatro anos em que a banda ficou sem lançar álbuns, seus membros estiveram envolvidos com algumas montagens alemãs de musicais famosos, como Hair e Jesus Christ Superstar, e essa experiência é bem perceptível em suas novas músicas. Inclusive, a performance do vocalista Andy Kuntz parece muito mais madura, emocional e precisa, mas contida quando pertinente.

São apenas oito músicas contando a história de um homem que viaja no tempo e espaço com uma missão divina revelada em uma profecia contida no antigo testamento. Mas o baixo número se revela o suficiente, pois são faixas longas e que juntas têm uma coerência que poderia ser afetada caso fosse um álbum maior. Mesmo assim o trabalho ultrapassa os sessenta minutos.

Musicalmente o grande destaque do álbum é a última faixa, On My Way To Jerusalem, pois consegue traduzir todo o sentimento do disco em seus quase treze minutos de duração. Mas é difícil não ouvir Frequency, ou Sound Of Blood, ou Quicksilver, sem ter a impressão de que acabou de ouvir a melhor música do CD. E essa impressão acontece a cada música desse disco.

E embora a banda seja formada por cinco músicos que tem performances inspiradas e que tem seus grandes momentos de suas carreiras nesse trabalho, é impossível não destacar o guitarrista Stephan Lill. Autor da maioria das músicas, o cara aproveitou pra mostrar todo seu bom gosto em riffs ora pesados e intrincados, ora melodiosos e totalmente hard rock.

The Seraphic Clockwork é um álbum estupendo que pode colocar o Vanden Plas em uma posição mais justa no cenário, situação que é objetivo de sua nova gravadora, a italiana Frontiers Records, atual responsável pelos últimos trabalhos de artistas como Primal Fear e Jorn Lande.

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