sábado, 17 de julho de 2010

Kriver, Toxic Blood


Taí mais uma boa banda surgindo em Recife-PE, a Kriver. Juntos a mais ou menos um ano, Jahyr Cesar (vocal), Guilherme Cordasso (baixo), Bruno Oliveira e Thiago Quintino (guitarras) e Ricardo Lira (bateria), lançaram recentemente o EP Toxic Blood, com cinco músicas que servem pra gente ter uma idéia do que esses caras vão fazer num futuro próximo.

Cito um futuro próximo porque nesse primeiro EP, embora tenham acertado em quase tudo, ainda dá pra notar um pouco daquela disparidade entre as influências de cinco caras diferentes definindo um único tipo de som, o que deixa o trabalho ainda meio heterogêneo. Um bom exemplo disso é a diferença entre as duas primeiras músicas, Toxic Blood e Dirty Thoughts, pois enquanto a primeira vai numa linha praticamente heavy metal, com riffs fortes e pedais duplos aqui e ali, a segunda já é bem mais light, com um refrão que insiste em me lembrar do Asia.

Mas, excluindo esse pequeno problema (que não chega nem a ser um problema quando todas as músicas são boas), é possível encontrar nesse Toxic Blood pouco mais de vinte minutos de bom entretenimento. Que começa exatamente com a faixa Toxic Blood, uma espécie de encontro de Dave Mustaine com o Gotthard.

Dirty Thoughts, como já comentei, evidencia uma parte mais light da banda, embora ainda inspirada pelo hard rock. Mas desde os corinhos do refrão até os timbres das guitarras e as conduções da bateria transpiram aquele rock ora meio AOR ora meio festeiro que fez muito sucesso nos anos 80.

Whore Love faz referência àquele hard rock mais setentista, enquanto a balada Sorrow é como se fosse a Dream On do Kriver, com um ótimo refrão, mas um tanto quanto longa demais. E o final com What Is That? retoma aquele climão da primeira faixa, mas com uma orientação muito mais hard rock, o que parece combinar mais com o som do Kriver.

Uma coisa que fica clara nesse EP é qualidade da banda, que com certeza aparecerá em breve com trabalhos ainda melhores. O vocalista Jahyr Cesar tem um timbre bem parecido com o de Dave Mustaine, semelhança que não incomoda e parece combinar perfeitamente com o hard rock da banda; uma grande revelação para a cena brasileira. O trabalho da dupla Guilherme Cordasso e Ricardo Lira também merece destaque, pois é consistente e tem a versatilidade que a variedade do EP acaba exigindo.

A apresentação de Toxic Blood é outra coisa a ser mencionada positivamente. Produção adequada e uma capa absurdamente legal. Fora isso, a banda disponibilizou o EP online em seu Myspace para todos que quiserem conhecer.

A resenha, no final das contas, parece criticar mais do que elogiar. Mas é exatamente o contrário. O Kriver é uma boa banda que momentaneamente ainda sofre com a falta de experiência. Mas, num estilo onde repetições e clichês são adotados como um saudosismo saudável, Toxic Blood é mais do que o suficiente para agradar até o fã mais radical.

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