sábado, 24 de julho de 2010

Iron Maiden - The Final Frontier

O Iron Maiden lançou um vídeo para a faixa título do seu novo disco, "The Final Frontier", que deve ser lançado  em 16 de agosto próximo. Veja aqui.

O clipe é bem feito, e a música até que não é ruim. Mas eles precisam, urgentemente, parar de fazer refrões que consistam apenas em uma mesma frase repetida infinitamente - muitas vezes, como neste caso, esta frase sendo só o nome da faixa.


quinta-feira, 22 de julho de 2010

War Stomp

E o Claustrofobia lançou um clipe para War Stomp, do grande I See Red, último álbum da banda, lançado no final do ano passado. O vídeo basicamente é uma coletânea de cenas da banda ao vivo em diversas apresentações no Brasil e exterior. Uma forma bastante eficiente de comprovar a força do thrash metal desses caras.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Grandes lançamentos da Voice Music

A idéia não é fazer média, mas é preciso citar nesse blogue o trabalho que a Voice Music tem feito pelo heavy metal nacional. E embora já esteja a alguns anos lançando os trabalhos de algumas das boas bandas brasileiras, e algumas outras internacionais de qualidade (Living Colour, por exemplo), foi nesse primeiro semestre de 2010 que a gravadora atingiu seu ápice de qualidade. E isso se deve ao lançamento de três álbuns que podem facilmente figurar em qualquer lista de melhores do ano.

O primeiro deles é o trabalho de estréia do Musica Diablo, banda de thrash/crossover que conta com o vocalista Derrick Green, do Sepultura, como maior atrativo, embora tenha em sua formação outras figuras tradicionais da cena brasileira.

Recoil, segundo álbum da Cavalar, banda brasileira de heavy metal tradicional radicada em Londres, é outro grande destaque. Diga-se de passagem, o primeiro álbum deles, As A Metal Of Fact, também saiu no Brasil via Voice Music.

Por último, mas de longe a mais importante, a Voice Music lançou em maio o primeiro álbum do Madgator, banda de heavy metal/hard rock que já atua na cena há alguns anos e só agora chegou ao seu primeiro álbum. O CD, auto-intitulado, não tem pontos baixos. Todos os membros são reconhecidos pela técnica individual, mas juntos eles conseguem fazer o impensável em músicas como The Brave Without A Mask, Same Old Magic, Eternal Fire e Take Me To The Night. Um álbum magnífico, de fato.

Esses três CDs conseguiram me impressionar pela qualidade geral de cada um. Todos contam com boas produções, belas capas (a do Madgator é algo fenomenal), e musicalmente, que é o aspecto mais importante, todas atingem seus objetivos com relativa facilidade. O thrash flertando com o hardcore visceral e espontâneo do Musica Diablo é algo que não se ouvia há muito tempo; o metal do Cavalar, com influências do stoner pode ser considerado como novidade por aqui; e o hard/heavy do Madgator, extremamente técnico, mas longe de ser exagerado, tem aquela classe que somente algumas bandas alcançam, como o Dr. Sin, por exemplo.

Três grandes adições a um catálogo que já tinha ótimos CDs, como o primeiro álbum do Ancesttral, The Famous Unknown (2007), e o Brainworms I (2008), primeiro do Bittencourt Project, projeto solo do guitarrista do Angra, Rafael Bittencourt.

Musica Diablo: http://www.myspace.com/musicadiablo

Cavalar: http://www.myspace.com/cavalarrock

Madgator: http://www.myspace.com/madgatorofficial

sábado, 17 de julho de 2010

Kriver, Toxic Blood


Taí mais uma boa banda surgindo em Recife-PE, a Kriver. Juntos a mais ou menos um ano, Jahyr Cesar (vocal), Guilherme Cordasso (baixo), Bruno Oliveira e Thiago Quintino (guitarras) e Ricardo Lira (bateria), lançaram recentemente o EP Toxic Blood, com cinco músicas que servem pra gente ter uma idéia do que esses caras vão fazer num futuro próximo.

Cito um futuro próximo porque nesse primeiro EP, embora tenham acertado em quase tudo, ainda dá pra notar um pouco daquela disparidade entre as influências de cinco caras diferentes definindo um único tipo de som, o que deixa o trabalho ainda meio heterogêneo. Um bom exemplo disso é a diferença entre as duas primeiras músicas, Toxic Blood e Dirty Thoughts, pois enquanto a primeira vai numa linha praticamente heavy metal, com riffs fortes e pedais duplos aqui e ali, a segunda já é bem mais light, com um refrão que insiste em me lembrar do Asia.

Mas, excluindo esse pequeno problema (que não chega nem a ser um problema quando todas as músicas são boas), é possível encontrar nesse Toxic Blood pouco mais de vinte minutos de bom entretenimento. Que começa exatamente com a faixa Toxic Blood, uma espécie de encontro de Dave Mustaine com o Gotthard.

Dirty Thoughts, como já comentei, evidencia uma parte mais light da banda, embora ainda inspirada pelo hard rock. Mas desde os corinhos do refrão até os timbres das guitarras e as conduções da bateria transpiram aquele rock ora meio AOR ora meio festeiro que fez muito sucesso nos anos 80.

Whore Love faz referência àquele hard rock mais setentista, enquanto a balada Sorrow é como se fosse a Dream On do Kriver, com um ótimo refrão, mas um tanto quanto longa demais. E o final com What Is That? retoma aquele climão da primeira faixa, mas com uma orientação muito mais hard rock, o que parece combinar mais com o som do Kriver.

Uma coisa que fica clara nesse EP é qualidade da banda, que com certeza aparecerá em breve com trabalhos ainda melhores. O vocalista Jahyr Cesar tem um timbre bem parecido com o de Dave Mustaine, semelhança que não incomoda e parece combinar perfeitamente com o hard rock da banda; uma grande revelação para a cena brasileira. O trabalho da dupla Guilherme Cordasso e Ricardo Lira também merece destaque, pois é consistente e tem a versatilidade que a variedade do EP acaba exigindo.

A apresentação de Toxic Blood é outra coisa a ser mencionada positivamente. Produção adequada e uma capa absurdamente legal. Fora isso, a banda disponibilizou o EP online em seu Myspace para todos que quiserem conhecer.

A resenha, no final das contas, parece criticar mais do que elogiar. Mas é exatamente o contrário. O Kriver é uma boa banda que momentaneamente ainda sofre com a falta de experiência. Mas, num estilo onde repetições e clichês são adotados como um saudosismo saudável, Toxic Blood é mais do que o suficiente para agradar até o fã mais radical.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Alfenas comemora o Dia Mundial do Rock!

No último final de semana rolou em Alfenas um festival em comemoração antecipada pelo Dia Mundial Do Rock (que é hoje, diga-se). Motivado pela apresentação da banda paulistana Seventh Seal, verifiquei os horários, a programação do sábado, corri atrás das outras bandas que tocariam e me programei para chegar a Alfenas para ver as três últimas bandas da noite, Pleiades, Silvercrow e a Seventh Seal.

Não sei o que houve, se foi erro da divulgação no evento, se foi mancada da banda, mas pelo jeito a Seventh Seal não apareceu por lá no sábado. Se apareceu foi bem antes do horário divulgado. Fora isso, rolou um atraso já esperado, e acabei podendo assistir mais algumas outras bandas.

Da região pude ver a Red’n’Black, que manda covers de AC/DC e Deep Purple com um vocalista bem convincente, e a Murder Ride, que teve diversas participações especiais de colegas das outras bandas se revezando no baixo (posto vago dias antes, segundo o vocalista), e mandou covers de várias bandas de thrash metal.

Então veio o Pleiades, a primeira das bandas de Belo Horizonte a que pude assistir. Primeiro de tudo tenho que reconhecer a qualidade do quarteto enquanto músicos. Todos eles têm o domínio necessário de seus instrumentos para desempenhar a música que se propuseram a fazer. A vocalista Cynthia, inclusive, impressiona por sua desenvoltura no palco, uma frontwoman nata. Mas a verdade é que a música da banda ainda está meio perdida num meio termo que incomoda. Certos momentos tendem para o metal, enquanto em outros a coisa soa toda meio emo tipo Fallout Boy e assemelhados.

Percebe-se que a gama de influências confunde a música dos caras pelos covers que optaram por mandar na sua apresentação: Janis Joplin, Led Zeppelin, Dio (quando eles quase trucidaram Holy Diver) e Pantera. Além disso, tocaram várias músicas de seu primeiro CD. E eu até posso não ter gostado muito, mas ficou claro que a audiência ficou bastante satisfeita com o quarteto.

A segunda banda belorizontina foi o Silvercrow, que divulga atualmente seu segundo álbum (que em breve resenharei aqui), Unleashing Rage. Trata-se de um metal melódico influenciado pelas melhores do ramo, incluindo aí todos os clichês necessários ao gênero.

Mas mesmo com todos os fatores contra, o Silvercrow fez um show muito bom. A música dos caras é bastante coerente com o estilo, e o quinteto sabe o que fazer dentro dessa linha de heavy metal. O vocalista Bernardo Silveira é muito bom, e provou isso no cover de Heaven & Hell, do Black Sabbath, sem falar na dupla de guitarristas, que é bem entrosada e técnica.

Uma pena que poucos ficaram para ver esse show (me pareceu que depois do término do show do Pleiades muitos correram para pegar os últimos ônibus da noite), pois a apresentação foi bem legal e valeu a noite.

Sei que outra banda foi escalada para cobrir o lugar do Seventh Seal, no encerramento da noite. Mas eu sinceramente não quis ficar para ver, pois o evento estava bastante atrasado, iria madrugada adentro e eu ainda teria que enfrentar alguns quilômetros de volta pra casa.

Silvercrow

http://www.myspace.com/silvercrowband

Pleiades

http://www.myspace.com/bandapleiades

quinta-feira, 8 de julho de 2010

The New Old Brazillian Thrash Metal


A “nova onda” do thrash mundial atingiu o Brasil, claro. Tradicionalmente dono de uma cena que sempre revelou bandas que apostavam no peso e na violência do thrash metal, não seria dessa vez que o país se esconderia sem revelar ninguém para o mundo. No caso atual, a banda que agrada aos olhos dos gringos é o Violator, do Distrito Federal, que apela para aquela linha visceral do estilo, unindo a atitude dos heróis da Bay Area norte-americana com a pancadaria sonora dos thrashers germânicos.

No entanto, esse interesse renovado pelo thrash metal, que tem gerado bandas novas a todo instante, tipo o Municipal Waste e o Warbringer, bem como resgatando do limbo outras essenciais para a definição do estilo, como o Heathen, se mostrou muito mais favorável não à nova safra do thrash brasileiro, e sim à antiga.

Embora as novas crias do thrash nacional estejam sendo citadas internet afora em sites e blogues especializados, saudadas pelos estrangeiros e cogitadas para turnês na Europa e Japão, são duas bandas das antigas que recentemente conquistaram novos contratos com gravadoras realmente relevantes dentro do heavy metal e devem subir mais alguns degraus nos próximos anos: Sepultura e Korzus.

O Sepultura passou por alguns anos complicados. Viu seu status de sucesso mundial cair para um status de banda de heavy metal com passado glorioso. Mas com o lançamento de A-Lex, de 2009, seu último (e ótimo) álbum de estúdio, ficou claro que os caras ainda têm muito a mostrar e a boa recepção ao disco os levou a um contrato com a gravadora mais importante hoje no heavy metal, a alemã Nuclear Blast.

Esse contrato com a Nuclear Blast, no entanto, é diferente do que a banda estava acostumada, pois a gravadora alemã é independente, ou seja, as verbas serão bem menores que as que o Sepultura estava acostumado na época em que fazia parte do mainstream. Mesmo assim, a visibilidade será maior dentro do verdadeiro público da banda hoje, que é o headbanger.

O caso do Korzus é semelhante, mas difere num tópico em particular. Ao contrário do Sepultura, a banda paulistana nunca atingiu o mainstream, ficando relegada ao underground nacional, mas sempre tidos como heróis do estilo.

Mas depois de Ties Of Blood, de 2004, a banda surpreendeu com uma força que muitos achavam que não existia. E essa força impulsionou sua carreira de tal forma que todo o esforço foi recompensado com um contrato com a alemã AFM Records (dona de um cast com Annihilator, Avantasia, Destruction e Brainstorm, por exemplo) para o lançamento de seu novo álbum, Discipline Of Hate, no continente europeu.

Pode não parecer muito, mas o trabalho da gravadora já começa a mostrar resultados, que podem ser conferidos pelas resenhas positivas que o álbum tem conseguido em publicações e sites europeus. Além disso, Schmier, do Destruction, fez a gentileza de tecer comentários animadores sobre o CD, o que confere ao lançamento uma espécie de “selo de qualidade thrash metal”. Tal prática já havia sido utilizada por Mille Petrozza, do Kreator, outra lenda do thrash alemão, sobre o último álbum dos gregos do Suicidal Angels, e a repercussão foi grande.

Estar no cast da Nuclear Blast e da AFM Records provavelmente vai proporcionar ao Sepultura e ao Korzus algumas turnês mundiais junto com artistas (hoje) mais populares dos casts das duas empresas. Fora isso também deve garantir a presença das duas bandas em alguns dos festivais europeus mais importantes, o que os colocam sendo assistidos por públicos que variam de dez a sessenta mil pessoas, uma situação bastante favorável.

Claro que tudo depende da forma como ambas reagirão ao mercado europeu, ou ao trabalho com as novas gravadoras, mas para o thrash metal brasileiro é extremamente saudável que duas das maiores forças históricas estejam alcançando espaços merecidos no maior mercado do heavy metal mundial.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Vanden Plas, The Seraphic Clockwork


Solidez é a palavra que me ocorre ao tentar definir a carreira do Vanden Plas. Embora ainda sujeito a uma posição abaixo da intermediária no que diz respeito ao seu status entre os headbangers, a banda alemã é sinônimo de regularidade. Desde 94, com o lançamento de seu primeiro álbum, Colour Temple, o Vanden Plas apresenta a mesma formação e a mesma proposta musical, sempre, no entanto, com aprimoramentos e um desenvolvimento grande na parte técnica e lírica.

E quem acompanha a carreira dessa banda de prog metal suspeitava que seu novo álbum não pudesse superar Christ.0, de 2006, trabalho que apresenta não só uma execução perfeitamente coerente com o conceito lírico, mas também performances individuais impressionantes. The Seraphic Clockwork, então, é o álbum que veio para surpreender, pois conseguiu superar seu antecessor com uma vantagem bastante razoável em diversos aspectos.

Este novo trabalho conceitual do Vanden Plas já apresenta um grande enriquecimento no que diz respeito à interpretação do enredo. Nesses quatro anos em que a banda ficou sem lançar álbuns, seus membros estiveram envolvidos com algumas montagens alemãs de musicais famosos, como Hair e Jesus Christ Superstar, e essa experiência é bem perceptível em suas novas músicas. Inclusive, a performance do vocalista Andy Kuntz parece muito mais madura, emocional e precisa, mas contida quando pertinente.

São apenas oito músicas contando a história de um homem que viaja no tempo e espaço com uma missão divina revelada em uma profecia contida no antigo testamento. Mas o baixo número se revela o suficiente, pois são faixas longas e que juntas têm uma coerência que poderia ser afetada caso fosse um álbum maior. Mesmo assim o trabalho ultrapassa os sessenta minutos.

Musicalmente o grande destaque do álbum é a última faixa, On My Way To Jerusalem, pois consegue traduzir todo o sentimento do disco em seus quase treze minutos de duração. Mas é difícil não ouvir Frequency, ou Sound Of Blood, ou Quicksilver, sem ter a impressão de que acabou de ouvir a melhor música do CD. E essa impressão acontece a cada música desse disco.

E embora a banda seja formada por cinco músicos que tem performances inspiradas e que tem seus grandes momentos de suas carreiras nesse trabalho, é impossível não destacar o guitarrista Stephan Lill. Autor da maioria das músicas, o cara aproveitou pra mostrar todo seu bom gosto em riffs ora pesados e intrincados, ora melodiosos e totalmente hard rock.

The Seraphic Clockwork é um álbum estupendo que pode colocar o Vanden Plas em uma posição mais justa no cenário, situação que é objetivo de sua nova gravadora, a italiana Frontiers Records, atual responsável pelos últimos trabalhos de artistas como Primal Fear e Jorn Lande.