terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Charred Walls Of The Damned, Cold Winds On Timeless Days


Os super grupos vieram, viram e, até agora, estão vencendo. A maioria chegou com status de projetos chiques e aquela conversa de “somos uma banda e não um projeto paralelo” e, após os primeiros lançamentos, estão se consolidando de fato.

Dentre todos, Chickenfoot e Black Country Communion são dois bons exemplos de super grupos que surgiram cercados de expectativas e conseguiram manter um padrão digno em seus lançamentos. Já o Adrenaline Mob, de Mike Portnoy e Russell Allen, lançou apenas um EP e ainda não parece sólido o suficiente para ser levado á sério como banda real; ainda.

E, à margem dessas formações de grande exposição na mídia, surgiu em 2010 o Charred Walls Of The Damned, projeto criado pelo baterista Richard Christy (Death, Control Denied, Iced Earth) em sua volta ao heavy metal. E a banda pode realmente ser chamada super. Além de Christy, o CWOTD conta com o excepcional Steve DiGiorgio, Tim “Ripper” Owens e Jason Suecof nas guitarras.

O primeiro disco, auto-intitulado, parecia um apanhado de várias coisas que Christy fez em suas bandas anteriores, e era cercado por exageros técnicos por todos os lados. Tem seus bons momentos, mas dá a impressão de que seria um disco muito interessante se fosse duramente editado. Já o segundo álbum, Cold Winds On Timeless Days, lançado em outubro de 2011, tem todas as qualidades do primeiro, mas quase nenhum de seus defeitos.

A verdade é que Cold Winds On Timeless Days é um disco de heavy metal digno de figurar entre qualquer lista de melhores do ano. Tim Owens está cantando de forma bem contida, mas não inferior por causa disso. Arrisco dizer que é sua melhor performance desde que ele surgiu para o mundo com Jugulator, do Judas Priest.

Christy e DiGiorgio dispensam elogios. Eles fazem exatamente aquilo que se espera deles, acrescentando tantos detalhes em suas partes que deixam todas as músicas com aquela sensação de que sempre há algo ainda não descoberto a ser encontrado em outras audições do disco. Mas é preciso ressaltar que suas partes nunca chegam a parecer exageradas, ao contrário do disco de estréia. Timeless Days, faixa de abertura, é um bom exemplo de técnica utilizada a serviço da qualidade musical.

Trata-se de um heavy metal que não chega a definir sua intenção em ser thrash metal, além de ter muito daquele metal norte-americano levado a cabo por Iced Earth e Jag Panzer. Christy chega até a flertar com o metal extremo em blast beats muito bem utilizados. Mas, independente do rótulo, basta apenas saber que é heavy metal muito bem feito.

O Charred Walls Of The Damned é muito, muito promissor.

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