terça-feira, 9 de novembro de 2010

Symfonia: será que vai dar certo?


Quando uma banda surge já com o apelido de supergrupo as expectativas vão rápido para o alto. Nos últimos casos essas super bandas até tem conseguido certo sucesso, como rolou com o Chickenfoot e o Black Country Communion. Mas nem todas atingem o objetivo de conquistar rapidamente um espaço garantido entre os fãs somente graças ao renome de seus integrantes.

O mais novo dream team do heavy metal é o Symfonia. Timo Tolkki (guitarra), André Matos (vocal), Uli Kusch (bateria), Jari Kainulainen (baixo) e Mikko Härkin (teclado) juntos reúnem pré-requisitos e currículos suficientes para conquistar pelo menos o interesse do fã de heavy metal melódico. A previsão é a de que o quinteto comece a gravar seu primeiro álbum no final de 2010, para que o disco seja lançado no início do ano que vem, próximo à primeira aparição ao vivo do Symfonia, marcada para fevereiro, na Finlândia.

Mas se formos avaliar o histórico desses músicos é possível ver se desenhar um fim não muito distante para o quinteto. Por outro lado, uma análise mais otimista revela uma banda com potencial para ser uma das grandes no heavy metal melódico logo em seu primeiro álbum.

O primeiro caso a ser analisado é o do guitarrista Timo Tolkki. Grande responsável por transformar o Stratovarius num fenômeno do metal melódico, conseguindo emplacar pelo menos dois álbuns numa discografia essencial do estilo. Mas o músico se envolveu em diversos problemas pessoais, que culminaram numa separação esquisita entre ele e sua banda. Muito foi dito e desdito via mídia, mas o resultado é que o Stratovarius hoje, sem Tolkki, é apenas uma sombra do que foi num passado recente, enquanto o guitarrista não conseguiu levar sua banda seguinte, a Revolution Renaissance, adiante; graças a um profundo desinteresse do público, segundo ele, seu fim foi decretado com apenas dois álbuns lançados.

Outro a ter seu caso observado de perto é o de Uli Kusch. Embora seja um exímio baterista e um grande compositor, é sabido que Kusch falha no quesito grupo. Quando no Helloween, acabou entrando em atrito com seus ex-companheiros e, junto com Roland Grapow, montou o Masterplan, na época apelidado também de supergrupo. E o disco de estréia do Masterplan foi um grande sucesso, com músicas fantásticas e um desempenho acima da média de Kusch. Mas aí ele entrou novamente em atrito com seus companheiros e deixou a banda. Seus projetos seguintes, Beautiful Sin (com a excelente vocalista Magali Luyten) e o Ride The Sky (que teve seu fim precoce vinculado a um fracasso de vendas), tiveram apenas um disco cada, embora ambos tenham demonstrado muita qualidade.

Já o vocalista brasileiro André Matos é um caso a parte, embora tenha lá suas semelhanças com os casos de seus colegas de Symfonia. Quase uma unanimidade em seu país, o músico parecia fadado a ter uma história irretocável no Angra, quando um racha na banda o levou a outros ares. A continuidade de sua carreira se deu no Shaman, onde ampliou sua musicalidade, mas onde também encontrou problemas. Então decidiu seguir adiante com uma carreira solo, tendo lançado, até agora dois discos muito bons. E discos bons são uma constante em sua carreira, pois não há o que Matos tenha gravado que não seja digno de nota. 

O baixista do Symfonia é mais um que traz do passado algumas histórias não muito animadoras. Jari Kainulainen fez parte do auge do Stratovarius, mas se separou da banda (de forma bastante estranha) antes dos últimos fatos envolvendo a saída de Tolkki. Após isso integrou o Evergrey, com quem gravou o ótimo disco Torn (08), antes de abandonar o barco por melhores salários em outro grupo.

Após tudo isso é possível saber se a Symfonia vai funcionar? Não se pode afirmar isso. O que se pode fazer é torcer para que a música, enquanto for a motivação principal do quinteto, seja realmente boa como o histórico de seus músicos indica que será. E se esse histórico ficasse apenas relegado à música, poderíamos ser apenas otimistas com essa super banda. Como não é o caso, a gente também fica no aguardo de algum dos músicos pisar na bola e, com o perdão do trocadilho, atravessar a sinfonia.

4 comentários:

Daniel Silva disse...

Discordo. O Fireworks não é digno de nota. hehe

André D Brizola disse...

Mas você fez uma nota aqui justamente pra falar dele! hehe

Daniel Silva disse...

Ah, tá.. Não sendo notas positivas, tudo bem. huauahuahua

Epa disse...

Só pra refrescar as idéias, um pouco de Sertanejo com Andréas Kisser.

http://www.youtube.com/watch?v=U4yoN8nW0OQ