sábado, 16 de abril de 2011

Joelho de Porco – “São Paulo – 1554/Hoje”

O Joelho de Porco aparece na Wikipédia como “um dos maiores grupos do rock-humor brasileiro”. Nada mais injusto. Embora suas letras contenham doses cavalares de humor, o Joelho foi sim uma das maiores bandas de rock que esse país já teve, e seu humor inteligente, bem diferente de coisas infantis como os Mamonas Assassinas da vida, estava contido em letras muito bem escritas. Sua discografia é bissexta e de qualidade irregular, mas este “São Paulo – 1554/Hoje”, de 1976, é sem dúvida um dos melhores discos de rock gravados no Brasil.

O núcleo central da banda eram o baixista e compositor Tico Terpins e o vocalista (que também fora baterista) Próspero Albanese. A performance do cantor, em especial, é espetacular. Músicas como “Aeroporto de Congonhas”, “Boeing 723897” e “São Paulo by day” são hinos do cotidiano maluco na metrópole. “Cruzei meus braços... fui um palhaço” e “A lâmpada de Edison” misturam ironia e poesia de forma única.

Outro erro que frequentemente se comete com o Joelho é considerar a banda como “precursora do punk brasileiro”. O que se ouve aqui é hard rock dos bons, bem composto e bem executado. Músicos acima de qualquer suspeita, como Mozart Mello e Wander Taffo, passariam pela banda no futuro, mas este disco conta com o guitarrista original Walter Baillot, que em nada fica devendo aos seus sucessores.

Como aperitivo, fiquem com a guitarraria insana e a crítica à classe média de “Meus 26 anos”:

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